ORIENTAÇÃO SOLAR DAS CASAS

A orientação solar é um dos fatores determinantes na concepção de um projeto de arquitetura desde a suas ideias primárias.

O aproveitamento da orientação do Sol de forma adequada aumenta-nos a percepção de conforto, não apenas térmico, como também conforto visual, deixando o ambiente com uma iluminação mais agradável do que a iluminação artificial.

A exposição à luz do Sol contribui para a regulação do nosso ritmo circadiano, bem como, na sintetização da vitamina D, por isso, tem influência direta na nossa sensação de bem estar e na nossa disposição.

Em Portugal, o Sol nasce a Este e põe-se a Poente, sendo a maior incidência solar na orientação Sul. Contudo, pensar na orientação solar das casas não é apenas de colocar envidraçados para onde está o sol, pois o excesso da exposição solar produz desconforto térmico, aumentando as necessidades de refrigeração e, consequentemente, os consumos de energia. Neste sentido, o projeto de arquitetura tem um papel crucial em dosear corretamente a exposição solar com vista ao conforto térmico e visual, podendo valer-se de diversas estratégias: prever áreas de sombreamento através da própria construção ou de vegetação, sistemas de obscurecimento solar exteriores (como por exemplo, estores de rolo ou portadas) e conceber a organização dos espaços interiores em função da orientação solar, dentro das condições possíveis.

Exemplo de soluções de sombreamento pensadas em fase de projeto de uma moradia.

1 - Norte

Devem prever-se o mínimo de aberturas para o exterior, para minimizar as perdas térmicas, devendo colocar-se para essa orientação garagens, arrecadações, lavandaria, instalações sanitárias e áreas de circulação.

2- Este e Poente

É onde nasce e se põe o Sol, respetivamente, e onde o sol está mais baixo, por isso, é difícil sombrear. Deve, portanto, haver cautela no dimensionamento dos envidraçados nestas orientações.

3 - Sul

É onde incide a luz solar o maior número de horas do dia, é onde podemos fazer envidraçados maiores e colocar os espaços onde passamos mais tempo, como por exemplo, salas ou escritórios (depende dos hábitos de cada família). Não obstante, como já foi referido acima, é necessário prever um conjunto de estratégias para que não haja excessos visuais e térmicos, mas sim um equilíbrio.

Outra solução para provocar sombreamento é a utilização de vegetação.

Apesar de Portugal continental ter uma área pequena, o dimensionamento dos envidraçados também é determinado pelo tipo de clima de cada região, visto que, no norte do país o clima é mais frio e no sul é mais quente, enquanto no interior é mais seco e no litoral mais húmido, fazendo com que cada região tenha necessidades de aquecimento e arrefecimento diferentes.

Sabiam o quanto o Sol tem influência no nosso conforto visual e térmico?

Um abraço,

Ana.